Fidel Castro garantiu que sua renúncia à presidência de Cuba não provocará uma "mudança, como espera o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em um artigo publicado esta sexta-feira, o primeiro depois de anunciar nesta semana que não pretende se reeleger ao comando do país.Sob o título "Reflexões do companheiro Fidel", ao invés de "Reflexões do Comandante-em-Chefe", Fidel aborda a reação de seu "adversário" à mensagem publicada terça-feira, na qual anunciava que não aspiraria a um novo mandato de presidente."Bush disse que minha mensagem era o início do caminho da liberdade de Cuba, ou seja, a anexação", expressou o líder comunista, que se afastou da atividade política após 19 meses de recuperação de uma grave doença intestinal e depois de passar 49 anos no poder.Fidel Castro, 81 anos, afirma ter acompanhado pela televisão "a posição embaraçosa de todos os candidatos a presidente dos Estados Unidos" em suas reações e destacou que "se viram obrigados um por um a proclamar suas exigências imediatas a Cuba para não arriscar um só eleitor"."Meio século de bloqueio parece pouco aos prediletos. Mudança, mudança, mudança!, gritavam em uníssono. Estou de acordo, mudança!, mas nos Estados Unidos. Cuba mudou e seguirá seu rumo dialético", acrescentou.Para o líder agora aposentado os cubanos não retornarão "jamais ao passado", antes da vitória da revolução de 1959. Também criticou as "minguadas potências européas aliadas" dos Estados Unidos, para as quais "chegou o momento de dançar com a música da democracia e da liberdade que jamais realmente conheceram".Fidel revelou que após o anúncio de sua decisão "pensava em deixar de escrever uma reflexão por pelo menos 10 dias", mas confessou "não poder guardar silêncio tanto tempo, pois é preciso abrir fogo ideológico sobre eles".O líder cubano disse ter "a consciência tranqüila" com sua decisão e comentou que "os dias de tensão esperando a proximidade de 24 de fevereiro", o deixaram exausto.Nesta data o Parlamento definirá o Conselho de Estado (Executivo). A presidência do órgão deve ser atribuída ao irmão do líder ditatorial, Raúl Castro, que governa a ilha desde o início da crise de saúde de Fidel."Estou impregnado agora no esforço para fazer constar meu voto unido em favor da presidência da Assembléia Nacional e do novo Conselho de Estado, e como fazê-lo", concluiu.
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